quinta-feira, 25 de julho de 2019

Longisquama insignis



 Longisquama insignis é um réptil pequeno com aproximadamente 11 cm de comprimento, com estruturas semelhantes a "penas" que se estendem de suas costas. Algumas dessas estruturas podiam chegar a mais de 16 cm de comprimento. Diferentes espécimes foram encontrados e cada um tinha um número específica desses apêndices. Sua dieta provavelmente estava baseada em insetos, principalmente.


 Longisquama é um Avicephalan que viveu no período Triássico a aproximadamente 230 milhões de anos, onde hoje é a Asia. Atualmente, os cientistas acreditam que o Longisquama não está diretamente ligado à evolução das penas, devido às estruturas nas costas, que na verdade são escamas alongadas.


 Mas para que serviam essas estruturas? Essas estruturas podem ter sido utilizadas principalmente para ornamentação, para exibir para as fêmeas e provavelmente quem apresentasse cores mais chamativas era o escolhido pela fêmea, assim como ocorre com o Pavão-indiano (Pavo cristatus), por exemplo.


domingo, 21 de julho de 2019

Os mais estranhas e incomuns: do Paleozoico e Mesozoico (parte 1)


 Nesse post tentarei mencionar e dar algumas informações interessantes. Além disso, direi o porque acho que esses animais são estranhos ou diferentes. Nessa, e na segunda parte, irei focar em criaturas terrestres e semiaquáticas, e em outro post falarei dos aquáticos para que esta postagem não fique muito grande. Desfrutem!!

-Fitossauros


 Começamos esta lista com, não uma especie, mas uma família de repteis pré-históricos, os Phytosauria. Algo que confunde muitos é o fato de se parecerem com seus parentes, os crocodilianos, mesmo não sendo um. Mas na verdade são um grupo de repteis que além de não ter prosperado como os crocodilianos, possuem certas diferenças anatômicas, como por exemplo a posição das narinas. Em todos os crocodilos as narinas estão localizadas na ponta do focinho, já nos fitossauros estão localizadas próximas aos olhos, os dentes dos fitossauros são serrilhados e nos crocodilos não é assim.


 Viveram desde a metade do Triássico até o final deste, provavelmente sendo extintos na grande extinção do fim do Triássico. Mas alguns dizem que podem ter durado até o Jurássico. Alguns podiam chegar até mais de 6 m de comprimento, um tamanho similar ao de alguns crocodilos atuais como o famoso Crocodilo-do-Nilo (Crocodylus niloticus).

 A maioria viveu em água doce, entretanto alguns conseguiram se adaptar a água salgada. Assim como acontece com os crocodilianos atuais, onde cada um possui um cranio anatomicamente diferente do outro, assim também era com os fitossauros e a imagem abaixo retrata várias espécies de fitossauros:


-Drepanosaurus unguicaudatus



 Esse réptil arborícula do Triássico é bem similar em alguns aspectos aos camaleões, como o fato de serem arborículas, possuírem uma cauda preênsil e por sua dieta provavelmente ser baseada em artrópodes, como insetos. Alguns crêem que podia voar ou planar como alguns lagartos atuais, como é o caso do Dragão-voador (Draco volans). Coloquei este animal porque possui duas características bem estranhas as quais separei e vou considerar logo abaixo:


Uma "garra" na cauda:



 Essa talvez seja a característica mais bizarra nesse animal, pois sua cauda tem um tipo de garra que provavelmente era usada para se agarrar nos galhos com mais facilidade, servindo como um quinto membro, assim como fazem alguns tipos de macacos hoje. Aparentemente é uma adaptação muito interessante que nenhum réptil atual possui atualmente.

Mãos com garras realmente grandes:



 Essas grandes garras provavelmente serviam para ajudar a escalar e se segurar nas árvores. Além de provavelmente serem úteis para capturar insetos e se proteger de predadores.

-Sharovipteryx mirabilis



 Talvez essa seja uma das criaturas voadoras ou planadoras mais irônicas, principalmente considerando a localização das suas asas que, em vez de ser nos braços, como em praticamente todos os outros animais alados, está localizada em suas pernas, o qual é revestido com uma membrana que cobre praticamente toda a perna.

 Podemos observar nesse fóssil uma coisa interessante, que tem a silhueta das membranas, as quais são tão longas que chegam a cobrir todas as suas pernas:


-Tianyulong confuciusi



 Esse, ao menos para mim, é um dos ornitisquios mais incomuns, pois possui evidencias de plumagem, algo que é não havia provas de que ornitisquios tão primitivos possuíam esse tipo de característica. Seu fóssil apresenta evidencias de longos filamentos similares a pelos que seria uma das maiores evidencias dessa características nos parentes mais antigos marginocefalos e ornitopodes. Esse animal pertence a família dos Heterodontosaurus tucki e apresentavam uma grande presença de heterodontia (quando um animal possui dentes de diferentes formas e tamanhos, como o que ocorre com nossa espécie).


-Scansoriopterygídeos



 Este grupo de dinossauros maniraptores é para muitos a família de terópodes mais bizarras, por conta de uma característica presente em todos dessa família é:

Dedos estranhos e largos:



  Os Scansoriopterygídeos possuem três largos dedos e cada dedo tem um tamanho diferente do outro, como os de um Aye-aye (Daubentonia madagascariensis) que possui cada dedo diferente em formato e utilidade, um para bater no tronco para ver se está oco e possui larva e, se realmente houver, usa seus dentes parecidos aos dos roedores para fazer um buraco e enfiar um largo e fino dedo para capturar a larva, também utiliza um para se limpar, com esses dinossauros pode ter sido similar e cada dedo tenha uma função diferente.

Penas ornamentais:




 Assim como no Pavão (Pavo cristatus), esses dinossauros possuem uma cauda com penas longas e que provavelmente possuíam cores vivas e vibrantes nos machos para exibir para as fêmeas, as quais provavelmente possuíam penas menos chamativas.

 Essas características estão presentes em todos os Scansoriopterygídeos conhecidos. Entretanto, há algumas características que só certos gêneros tinham, como:

Asas membranosas:



 Atualmente só se tem conhecimento de dois Scansoriopterygideos com esse tipo de asas, o Ambopteryx longibrachium e o Yi qi, que provavelmente eram usadas para planar de árvore em árvore. Alguns dizem que talvez os outros Scansoriopterygídeos possuíam essa asa, mas ainda não há uma prova real disso.

-Halszkaraptor escuilliei



 Este é um dos dromaeosaurídeos mais interessantes, pois é o único que vivia na água comportando-se como se fosse um tipo de "pato-dinossauro". Viveu na Mongólia no período Cretáceo, caçando provavelmente peixes, anfíbios, entre outros seres que viviam próximo ou dentro da água como parte principal de sua dieta.



  Não era um animal muito grande pois chegava apenas aos 0,6 m (60 cm) de comprimento, sendo um dos menores dromaeosaurídeos "terrestre".



 Muitas vezes é desenhado como se fosse um tipo de cisne, pois seu corpo e principalmente seu cranio era muito similar ao cranio de um cisne ou pato.



-Balaur bondoc


 Balaur é um pequeno dromaeosaurídeo que viveu na atual Romania no período Cretáceo. Uma das características principais desse predador estão nas patas traseiras deste animal.

 Ele possuía duas garras retrateis em cada pata, quando normalmente os dromaeosaurídeos apresentam uma em cada pata, que provavelmente era usada para capturar suas presas ou ajudá-lo à subir em árvores. Assim como o dinossauro anterior, este dino não era tão grande, possuía uns 2 m de comprimento.




-Longisquama insignis


 Viveu onde hoje é a Mongólia no final do Triássico a uns 230 milhões de anos. Possuía algumas estruturas que, por décadas, muitos cientistas tem opiniões diferentes sobre para que servia. Alguns afirmam que essas estruturas são na verdade algum tipo de penugem e dizem que pode ter sido coberta por elas ou que era uma estrutura escamosa que servia como ornamentação, está última sendo mais provável.



-Metoposaurus diagnosticus  



 Essa é uma grande "salamandra" que podia chegar a superar os 3 m de comprimento, que supera as maiores salamandras atuais como a Salamandra-gigante-chinesa (Andrias davidianus), que chega a 1,2 m de comprimento, e outra espécie japonesa, a Salamandra-gigante-japonesa (Andrias japonicus), que pode chegar a 1,44 m de comprimento em média. Se eu fosse um dinossauro da época isso seria uma das ultimas criaturas que queria me encontrar. Só pelo seu cranio pode-se notar que foi um ser bem intimidante e perigoso, talvez se ainda estivesse vivo seria um perigo grande assim como o jacaré (Melanosuchus niger, no caso do Jacaré-açu) são hoje.






-Pterossauros


 Nessa família estão alguns dos animais mais estranhos do Mesozoico, principalmente no Jurássico e Triássico. Muitos tem um crânio bem estranho como o Dsungatipterus, com seu bico bizarro com dentes estranho:



 Ou os tapejarídeos com seus crânios desdentados e com cristas de diversas formas e, são ao mesmo tempo que estranhos, incríveis. Grande parte das espécies desta família foram encontradas no Brasil.



-Armadillosuchus arrudai


 Esse talvez seja um dos repteis parentes dos crocodilos atuais mais estranhos encontrados no Brasil. Seu nome significa "crocodilo-tatu", por uma característica bem interessante que é o fato de possuir osteodermos, comum em crocodilianos e seus parentes próximos, com um formato muito parecido a carapaça de um tatu que provavelmente servia de proteção contra predadores. Alguns investigadores acreditam que esse réptil poderia ter cavado tocas, algo que o tatu coincidentemente faz também.


-Bajadasaurus pronuspinax


 O estranho nesse saurópode são seus "espigões" que, na verdade, são extensões das vértebras do pescoço que formam estruturas curvados bem longos que eram maiores quando o animal estava vivo, pois podem ter sido cobertos por queratina ou algum tipo de substancia similar.


 Não se sabe com certeza para que serviam, mas cientistas creem que pode ter servido como uma proteção afastando predadores ou atacando os predadores com essas estruturas. Além disso, alguns estudiosos creem que podem ter usado essas estruturas estranhas para combates entre machos, por território ou por uma fêmea. Ou podem ter tido cores vibrantes e chamativas nos machos e terem servido mais como ornamentação do que para proteção ou combate, este ultimo é mais provável.


-Arizonasaurus  babbitti



 O Arizonasaurus tinha uma vela nas costas que, assim como o Dimetrodon, provavelmente servia para controlar a temperatura corporal. Até agora, o propósito dessa vela é desconhecido, embora se considerar o ambiente quente do Triássico, elas eram muito provavelmente usadas para termorregulação, o que provavelmente era útil, especialmente para uma criatura tão pequena quanto aquela, que teria mais dificuldades para sobreviver em um ambiente tão difícil quanto esse.

 Arizonasaurus significa "lagarto do Arizona", isso por conta do local de onde foi retirado seus restos fósseis, Arizona, EUA.

 Esse reptil é um rauisuquio, uma família próxima dos crocodilos e que foram como que os dominantes durante grande parte do Triássico e se extinguiram durante a extinção do final do Triássico, acabando com seu "domínio" aos dinossauros.


-Psittacosaurus



 Esse "dinossaurinho" foi um dos mais estranhos dos marginocefalos parentes dos Triceratops, pois assim como diz seu nome, "lagarto-papagaio", ele se assemelha a um papagaio principalmente quando falamos do bico tanto dele como dos ceratopsideos posteriores como o próprio Triceratops. Era um dos dinossauros mais comuns e variado na Ásia em sua época em meados do Cretáceo, e haviam varias espécies, como: Psittacosaurus mongoliensis, P. sinensis (ou neimongoliensis), P. tujiatunensis (ou major), P. sibiricus, P. gobiensis, P. ordosensis, P. meileyigensis e P. xinjiangensis, todas na Ásia. Assim é um dos poucos ornisquios com evidência de algum tipo de "pena", que no caso parecem ser mais primitivas que outras, sendo como simples filamentos, e não penas muito complexas que ainda não se sabe ao certo para que serviam.