Nesse post tentarei mencionar e dar algumas
informações interessantes. Além disso, direi o porque acho que esses animais são estranhos ou diferentes. Nessa, e na segunda parte, irei focar em criaturas terrestres e semiaquáticas, e
em outro post falarei dos aquáticos para que esta postagem não fique muito
grande. Desfrutem!!
Começamos esta lista com, não uma especie, mas uma família de repteis pré-históricos, os Phytosauria. Algo que confunde muitos é o fato de se parecerem com seus parentes, os crocodilianos, mesmo não sendo um. Mas na verdade são um grupo de repteis que além de não ter prosperado como os crocodilianos, possuem certas diferenças anatômicas, como por exemplo a posição das narinas. Em todos os crocodilos as narinas estão localizadas na ponta do focinho, já nos fitossauros estão localizadas próximas aos olhos, os dentes dos fitossauros são serrilhados e nos crocodilos não é assim.
Viveram desde a
metade do Triássico até o final deste, provavelmente sendo extintos na grande
extinção do fim do Triássico. Mas alguns dizem que podem ter durado até o
Jurássico. Alguns podiam chegar até mais de 6 m de comprimento, um tamanho
similar ao de alguns crocodilos atuais como o famoso Crocodilo-do-Nilo (Crocodylus
niloticus).
A maioria viveu em água doce, entretanto alguns conseguiram se
adaptar a água salgada. Assim como acontece com os crocodilianos atuais, onde cada
um possui um cranio anatomicamente diferente do outro, assim também era com os fitossauros e a imagem abaixo retrata várias espécies de fitossauros:
-Drepanosaurus unguicaudatus
Esse réptil arborícula do Triássico é bem
similar em alguns aspectos aos camaleões, como o fato de serem arborículas,
possuírem uma cauda preênsil e por sua dieta provavelmente ser baseada em
artrópodes, como insetos. Alguns crêem que podia voar ou planar
como alguns lagartos atuais, como é o caso do Dragão-voador (Draco volans). Coloquei
este animal porque possui duas características bem estranhas as quais separei e vou considerar logo abaixo:
Uma "garra" na
cauda:
Essa talvez seja a característica mais bizarra
nesse animal, pois sua cauda tem um tipo de garra que provavelmente era usada
para se agarrar nos galhos com mais facilidade, servindo como um quinto membro, assim como fazem alguns tipos de macacos hoje. Aparentemente é uma adaptação
muito interessante que nenhum réptil atual possui atualmente.
Mãos com garras realmente
grandes:
Essas grandes garras provavelmente serviam para
ajudar a escalar e se segurar nas árvores. Além de provavelmente serem úteis para
capturar insetos e se proteger de predadores.
-Sharovipteryx mirabilis
Talvez essa seja uma das criaturas voadoras ou planadoras mais irônicas, principalmente considerando a localização das suas
asas que, em vez de ser nos braços, como em praticamente todos os outros animais alados, está localizada em
suas pernas, o qual é revestido com uma membrana que cobre
praticamente toda a perna.
Podemos observar nesse fóssil uma coisa
interessante, que tem a silhueta das membranas, as quais são tão longas que chegam a cobrir todas as suas pernas:
Esse, ao menos para mim, é um dos
ornitisquios mais incomuns, pois possui evidencias de plumagem, algo que é não
havia provas de que ornitisquios tão primitivos possuíam esse tipo de
característica. Seu fóssil apresenta evidencias de longos filamentos similares
a pelos que seria uma das maiores evidencias dessa características nos parentes
mais antigos marginocefalos e ornitopodes. Esse animal pertence a família dos Heterodontosaurus
tucki e apresentavam uma grande presença de heterodontia (quando um animal possui
dentes de diferentes formas e tamanhos, como o que ocorre com nossa espécie).
-Scansoriopterygídeos
Este grupo de dinossauros maniraptores é para
muitos a família de terópodes mais bizarras, por conta de uma característica presente em todos dessa família é:
Dedos estranhos e largos:
Os Scansoriopterygídeos possuem três largos
dedos e cada dedo tem um tamanho diferente do outro, como os de um Aye-aye (Daubentonia
madagascariensis) que possui cada dedo diferente em formato e utilidade, um
para bater no tronco para ver se está oco e possui larva e, se realmente houver, usa
seus dentes parecidos aos dos roedores para fazer um buraco e enfiar um largo e
fino dedo para capturar a larva, também utiliza um para se limpar, com esses
dinossauros pode ter sido similar e cada dedo tenha uma função diferente.
Penas ornamentais:
Assim como no Pavão (Pavo cristatus),
esses dinossauros possuem uma cauda com penas longas e que provavelmente
possuíam cores vivas e vibrantes nos machos para exibir para as fêmeas, as quais provavelmente possuíam penas menos chamativas.
Essas características estão presentes em todos
os Scansoriopterygídeos conhecidos. Entretanto, há algumas características que só certos gêneros tinham, como:
Atualmente só se tem conhecimento de dois
Scansoriopterygideos com esse tipo de asas, o Ambopteryx longibrachium e
o Yi qi, que provavelmente eram usadas para planar de árvore em árvore.
Alguns dizem que talvez os outros Scansoriopterygídeos possuíam essa asa, mas
ainda não há uma prova real disso.
-Halszkaraptor escuilliei
Este é um dos dromaeosaurídeos mais
interessantes, pois é o único que vivia na água comportando-se como se fosse um
tipo de "pato-dinossauro". Viveu na Mongólia no período Cretáceo,
caçando provavelmente peixes, anfíbios, entre outros seres que viviam próximo ou dentro da água como parte principal de sua dieta.
Não era um animal muito grande pois chegava
apenas aos 0,6 m (60 cm) de comprimento, sendo um dos menores dromaeosaurídeos "terrestre".
Muitas vezes é desenhado como se fosse um tipo
de cisne, pois seu corpo e principalmente seu cranio era muito similar ao
cranio de um cisne ou pato.
-Balaur bondoc
Balaur é um pequeno dromaeosaurídeo que
viveu na atual Romania no período Cretáceo. Uma das características principais
desse predador estão nas patas traseiras deste animal.
Ele possuía duas garras
retrateis em cada pata, quando normalmente os dromaeosaurídeos apresentam uma
em cada pata, que provavelmente era usada para capturar suas presas ou ajudá-lo à subir em árvores. Assim como
o dinossauro anterior, este dino não era tão grande,
possuía uns 2 m de comprimento.
Viveu onde hoje é a Mongólia no final do
Triássico a uns 230 milhões de anos. Possuía algumas estruturas que, por décadas,
muitos cientistas tem opiniões diferentes sobre para que servia. Alguns afirmam
que essas estruturas são na verdade algum tipo de penugem e dizem que pode ter
sido coberta por elas ou que era uma estrutura escamosa que servia como ornamentação, está última sendo mais provável.
-Metoposaurus diagnosticus
Essa é uma grande "salamandra" que podia chegar a superar os 3 m de comprimento, que supera as maiores salamandras atuais como a Salamandra-gigante-chinesa (Andrias davidianus), que chega a 1,2 m de comprimento, e outra espécie japonesa, a Salamandra-gigante-japonesa (Andrias japonicus), que pode chegar a 1,44 m de comprimento em média. Se eu fosse um dinossauro da época isso seria uma das ultimas criaturas que queria me encontrar. Só pelo seu cranio pode-se notar que foi um ser bem intimidante e perigoso, talvez se ainda estivesse vivo seria um perigo grande assim como o jacaré (Melanosuchus niger, no caso do Jacaré-açu) são hoje.
Nessa família estão alguns dos animais mais
estranhos do Mesozoico, principalmente no Jurássico e Triássico. Muitos tem um
crânio bem estranho como o Dsungatipterus, com seu bico bizarro com dentes estranho:
Ou os tapejarídeos com seus crânios desdentados e com cristas de diversas formas e, são ao mesmo tempo que estranhos, incríveis. Grande parte das espécies desta família foram encontradas no Brasil.
-Armadillosuchus arrudai
Esse talvez seja um dos repteis parentes dos
crocodilos atuais mais estranhos encontrados no Brasil. Seu nome significa
"crocodilo-tatu", por uma característica bem interessante que é o fato de
possuir osteodermos, comum em crocodilianos e seus parentes próximos, com um
formato muito parecido a carapaça de um tatu que provavelmente servia de
proteção contra predadores. Alguns investigadores acreditam que esse réptil
poderia ter cavado tocas, algo que o tatu coincidentemente faz também.
-Bajadasaurus pronuspinax
O estranho nesse saurópode são seus "espigões" que, na verdade, são extensões das vértebras do pescoço que formam estruturas
curvados bem longos que eram maiores quando o animal estava
vivo, pois podem ter sido cobertos por queratina ou algum tipo de substancia
similar.
Não se sabe com certeza para que serviam, mas cientistas creem que pode ter servido como uma proteção afastando predadores ou atacando os predadores com essas estruturas. Além disso, alguns estudiosos creem que podem ter usado essas estruturas estranhas para combates entre machos, por território ou por uma fêmea. Ou podem ter tido cores vibrantes e chamativas nos machos e terem servido mais como ornamentação do que para proteção ou combate, este ultimo é mais provável.
-Arizonasaurus babbitti
O Arizonasaurus tinha uma vela nas costas que,
assim como o Dimetrodon, provavelmente servia para controlar a temperatura
corporal. Até agora, o propósito dessa vela é desconhecido, embora se considerar o ambiente quente do Triássico, elas eram muito provavelmente usadas para
termorregulação, o que provavelmente era útil, especialmente para uma
criatura tão pequena quanto aquela, que teria mais dificuldades para sobreviver
em um ambiente tão difícil quanto esse.
Arizonasaurus significa "lagarto do
Arizona", isso por conta do local de onde foi retirado seus restos fósseis, Arizona, EUA.
Esse reptil é um rauisuquio, uma família próxima dos crocodilos e que foram
como que os dominantes durante grande parte do Triássico e se extinguiram
durante a extinção do final do Triássico, acabando com seu "domínio" aos
dinossauros.
-Psittacosaurus
Esse "dinossaurinho" foi um dos mais
estranhos dos marginocefalos parentes dos Triceratops, pois assim como
diz seu nome, "lagarto-papagaio", ele se assemelha a um papagaio
principalmente quando falamos do bico tanto dele como dos ceratopsideos
posteriores como o próprio Triceratops. Era um dos dinossauros mais
comuns e variado na Ásia em sua época em meados do Cretáceo, e haviam varias
espécies, como: Psittacosaurus mongoliensis, P. sinensis (ou neimongoliensis),
P. tujiatunensis (ou major), P. sibiricus, P. gobiensis,
P. ordosensis, P. meileyigensis e P. xinjiangensis, todas
na Ásia. Assim é um dos poucos ornisquios com evidência de algum tipo de "pena", que no caso parecem ser mais primitivas que outras, sendo como simples filamentos, e não penas
muito complexas que ainda não se sabe ao certo para que serviam.