terça-feira, 3 de março de 2020

Para que servia a tal garra assassina dos "raptores"?


 Se você conhece ao menos um pouco sobre dinossauros deve conhecer a tal "garra assassina" que possuíam algumas famílias de dinossauros terópodes, coloquialmente chamadas "Raptores". Essa garra está presente no digito (ou dedo) 2 de cada pé que ficavam elevada acima do solo. Isso se sabe por conta de pegadas fossilizadas.

 Erroneamente, muitas pessoas acham que apenas a família dos dromaeosaurídeos possuía essa tal garra, quando na verdade haviam pelo menos 4 famílias de dinossauros:


-Dromaeosaurídae


 Essa é a mais famosa família que falaremos aqui, principalmente porque estão os "raptores" mais conhecidos como o famoso Deinonychus antirrhopus, o aéreo Microraptor gui, o grande Utahraptor ostrommaysorum, o piscívoro Austroraptor cabazai, o semiaquático Halszkaraptor escuilliei e o favorito dos filmes de Jurassic Park, o Velociraptor mongoliensis, entre muitos outros mais. 

-Troodontídae


 Essa é uma família de dinossauros também que também possuí a característica garra retrátil. Aqui encontramos muitos dinossauros como o Stenonychosaurus inequalis, o qual também se usa para se referir ao agora invalido Troodon formosus*, o grande Latenivenatryx mcmasterae, o Jurassico Hesperornithoides miessleri, o Asiático Sinornithoides youngi e o "dragão adormecido" Mei long, entre outros mais.

- Alguns Anchiornithídae


 Nesse grupo de dinossauros grande parte deles não possui uma garra assassina. Apenas alguns gêneros como Caihong juji. Também estão nessa família Anchiornis huxleyi, Aurornis xui, Eosinopteryx brevipenna, e outros.

-Avialae


 As aves primitivas. Podemos ver exemplos da presença da garra em Rahonavis ostromi, um pequeno dino de Madagascar.

 Reaulta suspeitosamente e interessante que tantas espécies diferentes possuíam essa estrutura, onde em vários casos eram na realidade pequenas. Mas por que dizem que essa garra era tão ferozmente, perigosa e letal sendo que eram muitas vezes pequenas? 

 Todo se iniciou com o livro publicado por Jonh H. Ostrom em 1969, onde descreveu o primeiro dos deinonicossauros ("Lagartos com garra terrível" em Latim) o tão famoso Deinonychus antirrhopus. Ostrom fez uma extensa e também detalhada Osteologia (ciência que foca em estudar os ossos dos animais) desse terópode que naquela época era uma nova descoberta (o nome do livro é: Osteology of Deinonychus antirrhopus, an unusual theropod dinosaur from the Lower Cretaceous of Montana), onde escreveu o seguinte: "O dedo 2 (do pé) está especializado numa estrutura ofensiva ou predatória, que possuí uma grande garra cortadora em forma de foice", e depois explicou que essa garra provavelmente servia para rasgar a carne e desde ai foram criadas varias hipóteses que buscavam explicar a real função dessa estrutura. As explicações sugerem principalmente duas funções principais:

-Para lutar


 Essa ideia sugere que esses animais podiam usar suas garras como os galiformes usam seus esporões para lutar entre si, seja por território ou para conseguir fêmeas.


 O principal problema com essa ideia é que se fosse algo sexual teria de haver um dimorfismo sexual, entre as garras de machos e fêmeas, como o que acontece nas cores ou/e formato das penas dos passaros, coisa que não se tem registro.

Ilustração de um dimorfismo sexual que deveria estar presente se a teoria antes mencionada estivesse correta.

 Ou deveríamos ver garras com danificações e desgastes na ponta com evidencia de impactos, coisa que também não existe.

Ilustração do desgaste da garra que deveriam apresentar de acordo com a teoria.

 então sobra a outra hipótese, a de que eles a usavam:

-Para matar 


 Aqui há uma ampla gama de ideias diferentes de como eles o faziam. E elas são:

-Eles as usavam para cavar as tocas das presas e captura-las


 Eles fariam como um cachorro cavando uma toca de um rato para pega-lo ou como faz um Aye-Aye (Daubentonia madagascariensis) com um de seus dedos para pegar a larva da madeira. Essa ideia sugere que eles a usavam basicamente como uma "garra escavadeira". 


 Mas há um problema realmente evidente. Como vimos anteriormente, as garras desses animais ficavam acima do solo e parece que o chão não era o seu lugar preferido.


 Além disso, ela não possuí um aspecto característico de uma garra escavadora, como ocorre com as do Tamanduá ou do próprio Tatu, que são garras mais alongadas lateralmente, não estreitas como uma lamina e nem tão pontuda como as dos raptores. É fácil ver que se você tentar cavar com uma faca ou outra coisa parecida não vai ser fácil faze-lo. O mesmo ocorria com as garras desses animais, que eram mais achatadas lateralmente como a garra de um tigre.


Outra ideia é que eles a usavam para capturar presas maiores. Aqui já temos muitas explicações diferentes como que:

-Serviam como um gancho para se segurar na presa


 Essa é uma ideia muito apoiada nos documentários e filmes onde sugerem que o animal usava suas garras como se fosse um gancho e assim se segurava na presa enquanto atacava com as garras, principalmente a das mãos, e dentes.

 Essa ideia tem familiaridade e ate ligação com a próxima que é:

-Eles pulavam no dorso e usavam as garras para rasgar a presa


 Essa ideia dizia que eles saltavam na presa e a rasgavam com os dentes  e principalmente as garras  mirando na região do pescoço do animal e assim matando-o, vindo a ser como na imagem abaixo:


 Mas o problema dessa ideia é que as garras desses animais não apresentavam nenhuma serrilha ou algo do tipo que ajudaria eles a fazer esse golpe ninja-Jack o estripador, por assim dizer, como se sugere alguns filmes como Jurassic Park.

 Existe outra ideia também muito explorada em alguns documentários que é:

-Eles feriam a presa com as garras e deixava ela sangrar ate a morte


 Essa ideia diz que eles rasgavam a presa para que esta morresse por conta da perda de sangue. Ou:

-Usaria para matar presas menores


 Essa ideia sugere que ele cravaria sua garra na presa para matá-la, como o que ocorreu em Jurassic Park 3 com Udesky, só que em presas menores como um pequeno mamifero ou lagarto, por exemplo.

 Recapitulando as diferentes hipóteses temos:

A) "Luta de Galos"

B) Matança

C) Garras escavadoras 

D) "Jack, o estripador"

E) Morte por perda de sangue; aqui temos as opções com:

E1) Presas grandes

E2) Presas pequenas

 Já que as opções A, C e D não tem a morfologia ao seu lado, a comunidade cientifica os descartou. A Opção E pode ser considerada com mais certeza porque ela, diferentemente das já mencionadas, pode ser posta a prova, coisa que ocorreu recentemente.

 A ideia da pulsão da garra foi posta a prova através do uso de modelos digitais, técnicas que estão sendo muito usadas ultimamente para estudos desse tipo, onde foi reconstruído digitalmente a anatomia esquelética e a musculatura da pata do Deinonychus anthirhopus.

Reconstruções digitais para os testes científicos sobre a garra dos raptores.

 O resultado desse teste foi muito interessante e revelador. Resulta que as patas desses animais não podiam exercer suficiente força para que a garra penetrasse em uma presa. Ainda esses testes mostraram também que as pontas das garras não eram capazes de transmitir a força da pata, isso devido principalmente a sua curvatura.


 Os estudos mostram que a força das garras eram maiores conforme elas estivessem mais dobradas, principalmente se o tornozelo e o joelho estão em uma posição similar a como se ele estivesse agachado. Isso fez com que se pensasse que esses animais subiam e se "sentavam" em suas presas , as "apunhalando", mas lembremos que a ponta não pode penetrar efetivamente a presa.

Velociraptor atacando um jovem Citipati.

 Mas as aves de rapina como as Águias e Falcões conseguem, por que eles não? Mesmo que as aves de rapina o fazem, debemos analisar bem suas patas e, ou fazê-lo, veremos que a forma de apunhalar e a própria morfologia das garras são distintas.



 Então, se ela nem penetrava na presa, para que serviam essas garras? Uma das ideias dos autores do Estudo é que ela era usada para evitar que a presa escapasse, mas essa presa teria de ser obrigatoriamente menor que o dinossauro. Isso corresponde com a evidencia publicada  em 2007, a qual sugere que esses animais não caçavam em grupo, como se creia antigamente, e o fato de que Ostrom tivesse encontrado vários espécimes de Deinonychus juntos a um Tenontosaurus, corresponde na verdade, a um frenesi alimentar em uma presa num tipo de areia movediça, algo similar ao que vemos com os predadores no Rancho La Brea, em Los Angeles, onde vários deles morreram junto a herbívoros.

Ilustração dos animais sendo presos no poço no Rancho La Brea.

 Mas também podemos considerar outra hipótese bem interessante: 

-Era útil como gancho para escalada

Dakotaraptor jovem numa árvore. Imagem do jogo de simulador de sobrevivência, muito bom aliás, Saurian.

 Já que a garra é mais forte quando a pata está dobrada, então a forma mais eficiente de usa-la é, na teoria, escalando. Se observarmos os dromaeosaurídeos veremos que basicamente todos são alados, coisa que faz sentido se considerarmos que ele subiam em árvores. Assim entendemos melhor o porque desses animais terem essas asas e adaptações de vida nas árvores.

 Mas então o Utahraptor de 7 m de comprimento e o Dakotaraptor de 6 m de comprimento eram arborículas? Não, mas nesse caso essas asas poderiam ser úteis como uma ferramenta de restrição de presa e por isso ainda tem essas adaptações e não a perdido.


 Ainda há varias evidencias das presas pequenas e a caça em solitário. O que acontece é que esses Raptores, grandes ou pequenos, tinham asas. Para que um Utahraptor teria um par de asas se não podia voar?  Em 2011 foi proposta uma explicação para essas estruturas nesses animais, a ideia da restrição de presas. Resulta que, ao estar encima da presa, um Utahraptor poderia abrir as asas e batelas para estar melhor balanceado sobre sua presa. Isso, e a morfologia das garras, são evidências complementarias consistentes com o mesmo mecanismo em aves que denominamos como Raptores (outro termo que normalmente se refere as aves de rapina).

 Em conclusão, essa série de trabalhos científicos nos ajudam a ter um molhor panorama de como eles matavam suas presas, em solitário, com presas pequenas, onde as garras restringiam a presa enquanto ele batia as asas para balancear-se ao se localizar encima dela e a boca com varios dentes afiados faziam o resto. Definitivamente uma imagem muito mais realista dos dinossauros do que o salto com um golpe estilo "Chuck Norris, uma imagem mais próximas as aves, os últimos dinossauros.

fonte:

Osteology of Deinonychus antirrhopus, an unusual theropod dinosaur from the Lower Cretaceous of Montana.

 O vídeo "¿Garra asesina? La verdadera función y hábitos de los raptores" do canal Palaeos, la historia de la vida en la tierra, foi de grande inspiração para esse post. Tanto seu canal como seu blog, com o mesmo nome, são muito bons e podem conseguir muitas informações interessantes e curiosas sobre assuntos relacionados a Paleontologia e Biologia. Nesse vídeo ele usa as seguintes referencias:

Referencias:

◘ Bishop, P. J. (2019). Testing the function of dromaeosaurid (Dinosauria, Theropoda)'sickle claws' through musculoskeletal modelling and optimization. PeerJ, e7577.



◘ Fowler, D. W., Freedman, E. A., Scannella, J. B., & Kambic, R. E. (2011). The predatory ecology of Deinonychus and the origin of flapping in birds. PLoS One, 6(12), e28964.



◘ Roach, B. T., & Brinkman, D. L. (2007). A reevaluation of cooperative pack hunting and gregariousness in Deinonychus antirrhopus and other nonavian theropod dinosaurs. Bulletin of the Peabody Museum of Natural History, 48(1), 103-139.



◘ Evans, D. C., Cullen, T. M., Larson, D. W., & Rego, A. (2017). A new species of troodontid theropod (Dinosauria: Maniraptora) from the Horseshoe Canyon Formation (Maastrichtian) of Alberta, Canada. Canadian Journal of Earth Sciences, 54(8), 813-826.



◘ Ostrom, J. H. (1969). Osteology of Deinonychus antirrhopus, an unusual theropod from the Lower Cretaceous of Montana (Vol. 30). Peabody Museum of Natural History, Yale University. 165p.



◘ Foth, C., & Rauhut, O. W. (2017). Re-evaluation of the Haarlem Archaeopteryx and the radiation of maniraptoran theropod dinosaurs. BMC evolutionary biology, 17(1), 236.



◘ Kim, K. S., Lim, J. D., Lockley, M. G., Xing, L., Kim, D. H., Piñuela, L., ... & Ahn, J. (2018). Smallest known raptor tracks suggest microraptorine activity in lakeshore setting. Scientific reports, 8(1), 16908.



◘ Ostrom, J. H. (1969). A new theropod dinosaur from the Lower Cretaceous of Montana. Peabody Museum of Natural History.


sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Dinossauros no Brasil?

 O Brasil é um dos países mais diversos. Aqui há diversidade de culturas, raças, biomas e em espécies sejam elas animais, vegetais, fungos entre muitos outros seres vivos, assim também suas belas paisagens. Antigamente também havia uma grande diversidade em vida, isso incluí os dinossauros e seus contemporâneos.

 Além de dinossauros tinha outras criaturas como os pterossauros que é um grupo "irmão" dos dinossauros. Alguns dos primeiros dinossauros existiram no Brasil sendo até mesmo importantes para pesquisas sobre a origem dos dinossauros, tanto para o Brasil quanto para o resto do mundo.

 Muitos dizem que não haviam dinos aqui e seus argumentos variam de meio compreensíveis a paranoicos, mas geralmente são argumentos que, ao menos os que eu escutei, sem fundamentos, por exemplo dizem que não haviam dinossauros aqui porque o território brasileiro estava submerso no Oceano Atlântico na época, esse argumento que eu realmente não entendo de onde tiram é muito ruim. Abaixo tem vários mapas de várias épocas e eu coloquei uma ceta onde estava localizado o Brasil em cada época:


-Angaturama limai


 Esse foi um parente próximo do Spinosaurus e do Baryonyx e, também por conta de possuírem uma anatomia similar, se comportavam de forma parecida, até mesmo caçava peixes como principal alimento e talvez Pterossauros, como o Anhanguera.


 Tinha uns 6 m a 7 m de comprimento e 2 m de altura até o quadril.

 Tem-se alguns pedaços de seu esqueleto achados (representado de branco na imagem abaixo), como um pedaço do seu crânio, uma costela, uma mão parcial, entre outros. A maior parte de seu esqueleto não foi encontrado, então o que não se tem se pode supor observando esqueletos mais completos de parentes o mais próximos possível.         


 Algo interessante é que no Museu Nacional havia um esqueleto de Angaturama exposto com um pterossauros na boca.


-Oxalaia quilombensis (Spinosaurus quilombensis)


 Esse é o maior predador terrestre que já andou em território brasileiro descoberto até hoje. Podia chegar aos 14 m de comprimento, o qual é maior que o maior Tyrannosaurus descoberto, apelidado de Sue, que media uns 13 m. Viveu a meados do período Cretáceo. O epíteto específica, "quilombensis", é referente aos quilombolas.


 Há muito pouco material fóssil preservado desse predador como alguns fragmentos da mandíbula superior e uma vértebra.

Atualização:
 
 Nesse ultimo mês de abril foi lançado um estudo que afirma que os restos atribuidos ao Oxalaia e ao Sigilmassasaurus eram na verdade de Spinosaurus, mas por que isso? Porque se tem poucos restos de ambos e os restos que tem são muito parecidas com os de Spinosaurus e, por conta disso, ambos gêneros são agora invalidos e agora seus restos são atribuídos ao gênero Spinosaurus. Resumindo os restos tanto do Sigilmassasaurus quanto do Oxalaia "são agora de Spinosaurus", de uma forma simples de falar. Mas então o Spinosaurus viveram no Brasil? Sim, o Spinosaurus é um dos dinossauros que viveram em mais de um continente. Não é a primeira vez que isso acontece pois acorreu algo similar com o Pachycephalosaurus, Stygimoloch e Dracorex e com o Troodon que não é mais valido como espécie, mas eu posso fazer um post só para esse assunto.

-Mirichia asymmetrica


 Esse foi um compsognathídeo brasileiro não tão conhecido, podia chegar aos 2 m de comprimento. Provavelmente caçava pequenos dinossauros, mamíferos, insetos e repteis.


 Os restos que se tem são em sua maioria da região do quadril, quase 1/3 da perna e algumas vértebras.


-Santanaraptor placidus


  Esse é um dos dinossauros de pequeno porte mais conhecidos do Brasil, podendo ter um tamanho similar ao do Mirischia, uns 2 m de comprimento. Grande parte dos membros anteriores foi preservado, uns 90%, e alguns ossos da vértebra e quadril desse animal.



 No Museu Nacional havia um pequeno esqueleto exposto numa sala que havia um crânio de T. rex e de Lambeosaurus. Esse esqueleto é muito pequeno e realmente impressionante.


-Unaysaurus tolentinoi 


 Esse foi um dos dinossauros herbívoros mais antigos do registro fóssil, viveu no final do Triássico de 240 e 200 milhões de anos.


 Como indica seu nome foi descoberto em Unaí, município de Minas Gerais, em 2004. Era um dos primeiros dinossauros do grupo dos sauropodomorfos, o mesmo do Brontosaurus e Titanosaurus


-Irritator challengeri   


 Essa criatura é um dos dinos brasileiros mais reconhecidos na cultura popular, pois já teve participação em, por exemplo, jogos. A história de seu nome é interessante, pois o seu gênero, "Irritator", é devido que os pesquisadores ficaram irritados porque a pessoa que encontrou tentou deixa-lo mais "bonito" para uma venda e acabou "estragando". A segunda parte, "challengeri", se deriva de um personagem do romance de Arthur Conan Doyle, The Lost World (O Mundo Perdido, em português), o professor Challenger.


 Foi descoberto na Chapada de Araripe, localizada no Ceará, por trabalhadores das pedreiras, e foi estudado em 1996.










-Antarctosaurus brasiliensis


 No Brasil havia alguns dos grandes titanossauros, como esse em questão que pode ser um saurópode pequeno, mas é um grande animal mesmo assim. Possuía 12 m de comprimento, 4,5 m de altura (até os ombros) e um peso de até 34 toneladas. Viveu na América do sul no final do Cretáceo, e tinham muitos dos saurópodes maiores como o Dreadnougthus ou o Argentinosaurus.


-Thanos simonattoi


 Esse foi um terópode de bom tamanho para um abelisaurídeo, tinha de 5,5 a 6,5 m de comprimento. É um dinossauro recém-descoberto, foi descoberto em 2018, na parte sul do país, em São José do Rio Preto, São Paulo.

 Foi encontrado apenas o atlas (primeira vértebra cervical) desse animal.

      

 Seu nome é uma óbvia referência ao "Titã Louco" da Marvel, Thanos, isso é interessante, pois as reconstituições mostram esse animal com cores semelhantes às do personagem.

-Pycnonemosaurus nevesi


 Esse foi um dos principais predadores de seu tempo e território, podia chegar de 7 m a 8,5 m de comprimento.


 O que se têm de material fóssil desse animal é pouco, só algumas vértebras e pedaços das costelas, pernas e osso do quadril.


-Staurikosaurus pricei


 Esse foi um dos primeiros dinossauros a existir, viveu no final do Triássico a 230 milhões de anos. Poderia chegar a mais de 2 m de comprimento e pesar de 10 a 30 kg sendo assim um dinossauro pequeno que provavelmente caçava pequenos animais como filhotes, mamíferos e répteis como lagartos e dinos menores.


 Foi achado boa parte de seu esqueleto como a mandíbula inferior, a maioria das vértebras, o osso do quadril, uns 2/3 de suas patas e uma pequena parte da escapula.


-Tupandactylus imperator


 Esse é um pterossauro brasileiro com uma distintiva crista cranial bem grande e provavelmente colorida em machos. Essa crista poderia ter sido ornamental, usando-a para exibir para as fêmeas e intimidar rivais.


 Viveu durante o Cretáceo inferior, a uns 112 milhões de anos atrás, e provavelmente vivia em regiões costeiras e rochosas ou em montanhas ou outros pontos altos onde colocar seus ninhos com segurança.


-Armadillosuchus arrudae


 O Armadillosuchus é um parente dos crocodilos que viveu onde hoje é São Paulo, no inicio do Período Cretáceo a 80 milhões de anos, onde era de clima quente e seco. Chegava a 2 m de comprimento e um peso de 120 kg. Seu nome é devido a suas osteodermas que formavam uma carapaça com formato similar a de um tatu (da família Dasypodidae). 


 Os esfesaurídeos, família qual elw pertence, compartilham várias características com os mamíferos, embora não tivessem relação entre si. É bem provável que ele fosse fossorial, ou seja, talvez ele pudesse cavar e viver embaixo da terra em tocas.


 Além disso, esse réptil era herbívoro, o que é interessante.


-Archeopelta arborensis


 Esse foi um archosauriforme carnívoro que podia chegar a 2 m de comprimento. Ele viveu em meados do Triássico de 230 a 225 milhões de anos, viveu na região sul do Brasil. 


-Gnathovorax crabreirai


 Gnathovorax foi um dinossauro Saurisquio da família dos herrerasaurídeos que viveu durante meados do período Triássico, e foi encontrado na Formação Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Seu nome significa: “mandíbulas inclinadas a devorar".

 Era um dinossauro relativamente grande para a época, tinha uns 3 m de comprimento e um peso de 70 a 80 kg.


 Esse foi um dos dinossauros com o esqueleto mais completo encontrado no Brasil, com quase todo o corpo preservado.


-Dinos africanos no Brasil?

 Existem provas, na região do nordeste brasileiro principalmente, de que alguns dinossauros africanos viveram no Brasil durante uma época que a America do Sul e África estavam unidos, entre meados do Triássico e inicio do Cretáceo, onde esses continentes ainda estavam unidos.

Parte inicial do Cretáceo.

 Alguns dos dinossauros são: 

-Spinosaurus: Desse eu já falei na parte do Oxalaia.

-Carcharodontosaurus sp.


 Esse foi um dos maiores carnívoros terrestres sendo quase do tamanho de um T. rex com 13 m de comprimento do focinho a cauda e uns 4 m de altura até o quadril. Era um super-predador de sua época que pode ser comparado como o "T. rex africano".


 Foram encontrados dentes que foram atribuídos a esse animal na região do nordeste. 


-Menções 

 Aqui vou apenas mencionar mais algumas criaturas brasileiras e não adentrar muito sobre elas nesse post porque o post ficaria grande demais. 

 Obs.: Algo importante a ser dito é que nem todas essas criaturas viveram na era Mesozoica (Era dos Dinossauros) ou são dinossauros ou são exatamente espécies válidas.

-Sarcosuchus hartti


 Esse é uma espécie de Sarcosuchus que viveu aqui no Cretáceo. Assim com o africano, o S. hartti é um grande crocodilomorfo, com seus quase 10 m de comprimento.

-Anhanguera santanae


 Um pterossauro bem interessante com uma crista na ponta do bico. Seus restos foram encontrados no Brasil e na Inglaterra. É um dos pterossauro que tem provas de migração, onde ele ia do Brasil para a região da Inglaterra.

 Tinha uns 4.3 m de envergadura, 1.2 m de comprimento e 23 Kg de peso.

-Prestosuchus chiniquensis


 Esse era um Raisuquio imenso do Triássico, podia chegar aos 7 m de comprimento, tamanho similar aos dos maiores crocodilos e tubarões atuais. Seu nome é uma homenagem feita por Friedrich von Huene à Vicentino Prestes de Almeida, um paleontólogo autodidata.

-Carcharocles megalodon


 Sim, o famoso C. megalodon viveu nas praias brasileiras no Neoceno. 

 Esse foi o maior carnívoro vértebrado conhecido. Os maiores podiam chegar a um comprimento de 18 à 20 m e mais de 50 toneladas de peso.

-Baurusuchus salgadoensis


 Esse era um crocodilomorfo que viveu onde hoje era o estado de São Paulo. Ele vivia principalmente no solo onde caçava.

-Tapuiasaurus macedoi


 Esse foi um dos muitos saurópodes que viveram aqui e um grande animal podendo ter mais de 13 m de comprimento. Viveu no inicio do Cretáceo, na região onde hoje é Minas Gerais.

-Labidiosuchus amicum


 Esse foi um pequeno crocodilomorfo que provavelmente caçava pequenos mamíferos, repteis, filhotes, entre outras criaturinhas. 

-Madtsoia camposi


 Essa era uma serpente bem grande que viveu no Cretáceo. Estima-se que podia chegar a um grande tamanho de quase 15 m de comprimento, dessa forma competindo em tamanho com a Titanoboa.

-Liodon anceps


 Liodon é um mosassauro que viveu no final do Cretáceo no oceano Atlântico e Pacífico, ou seja, nesses tempos esse animal vagavam próximo as regiões costeiras brasileiras, caçando peixes, tartarugas, outros répteis marinhos, entre outros seres.